Autorretrato aos 23
anos
1629
Museu
Mauritshuis de Haia -
Holanda VIDA
Pintor e gravador holandês, Rembrandt Harmenszoon
van Rijn nasceu em Leyden a 15 de julho de 1606 e morreu em Amsterdã a 4
de outubro de 1669. Frequentou a partir de 1620 a universidade de Leyden,
mas resolveu dedicar-se à pintura. Em 1624 tornou-se aluno de Pieter
Lastman (1583-1633), que estivera na Itália e lhe transmitiu a lição do
claro-obscuro de Elsheimer e Caravaggio. Em 1631, Rembrandt fixou-se em
Amsterdã, e em 1634 casou-se com Saskia van Uijlenburg, levando com ela
uma vida luxuosa baseada em seus brilhantes sucessos como artista: grande
casa e preciosas coleções de obras de arte.
Depois da morte de Saskia (1642), Rembrandt viveu
com sua criada Hendrickje Stoffels como amante. Sufocado pelas dívidas,
entrou em bancarrota em 1656; no ano seguinte, a casa e as coleções foram
leiloadas. Ainda encontrou muitas encomendas, mas viveu cada vez mais
recluso e morreu na solidão, embora não esquecido.
MOCIDADE
No
início foi Rembrandt principalmente retratista, e começa a longa série de
seus autorretratos: em 1629, no autorretrato do Mauritshuis, é Rembrandt
um rapaz quase adolescente; em 1634, num autorretrato do Museu, já é
artista amadurecido. Já tinha pintado uma das suas obras mais famosas:
"Anatomia do Dr. Tulp" (1632, Mauritshuis, Haia), retratos magistrais do
anatomista e de outros médicos, reunidos em torno de um cadáver que está
sendo dissecado.
MATURIDADE
Não
é menos famoso o "Autorretrato com Saskia" (1634;
Gemäldegalerie, Dresden), manifestação de exuberante alegria de viver.
Nessa época, Rembrandt é o representante principal do Barroco protestante:
influenciado por Rubens e talvez por Paolo Veronese, pinta grandes cenas
históricas e bíblicas, como o "Cegamento de Sansão" (Städelsches Institut,
Frankfurt), a "Conspiração de Júlio Civilis" (Svenska Nationalmuseum,
Estocolmo), e uma série quase interminável de retratos, que se encontram
hoje nos grandes museus de Amsterdã, Haia, Leningrado, Londres, etc. Como
o ponto mais alto dessa arte de retratista considera a posteridade o
grande quadro "Ronda Noturna" (1642; Rijksmuseum, Amsterdã), representação
de um desfile da companhia de atiradores do capitão Banning. A restauração
do quadro, no século 20, devolveu-lhe a iluminação original; o "noturna"
foi erro, causado pelo escurecimento da obra durante três
séculos.
Na
maior parte das obras de Rembrandt durante a maturidade, a escuridão não é
produzida pelo tempo; é o próprio recurso artístico principal do pintor,
que é o maior mestre do claro-obscuro, de cenas que parecem noturnas, em
que a luz parece vir de outro mundo, iluminando os pontos focalizados. O
ponto mais alto dessa maneira de pintar é o retrato do irmão do artista,
fantasiado como modelo, obra conhecida como "O Homem com o Elmo de Ouro"
(c. 1650; Museu de Berlim), quadro totalmente noturno e fascinante, mais é
superior, ainda, o retrato do Burgomestre six (1654; Huis Six, Amasterdã)
talvez o maior retrato do mestre.
Em
claro-obscuro também pintou Rembrandt muitos retratos de rabinos e outros
judeus - sua própria casa encontrava-se no bairro judaico de Amsterdã -
caras orientais que também lhe serviram como modelos para pintar cenas
bíblicas. A série desses quadros, de profunda seriedade religiosa, começa
com "Descida da Cruz", "Enterro", Ressurreição e "Ascensão ao Céu"
(1633-1639; Alte Pinakothek, Munique). Cada vez mais escuros são
"Cristo em Emaus" (Louvre), a "Benção de Jacó" (Hessische Landesgalerie,
Kassel), "São Pedro Renegando o Senhor" Rijksmuseum, Amsterdã) e uma série
de cenas bíblicas no Museu do Ermitage em Leningrado: "O Filho Pródigo",
"Davi e Absalão!", "Abraão e os Anjos", etc. São manifestações de uma
religiosidade muito pessoal, mas tipicamente protestante: seriam tão
impossíveis no altar de uma igreja católica como uma cantata de Bach
durante a Missa.
Da
mesma época, entre 1636 e 1656, é o maior número das gravuras de
Rembrandt, das quais muitas também representam cenas bíblicas, sendo
especialmente famoso o "Cristo Curando os Doentes", (1645),
conhecido como "Folha de Cem Florins", pois foi por esse preço vendido. O
ambiente dos quadros e das gravuras de conteúdo religioso é, em Rembrandt,
sempre proletário, de pobreza e miséria. O realismo do pintor é
insubordinável. Não esconde a relativa fealdade de sua Hendrickje,
que lhe serviu muitas vezes de modelo. De realismo quase repugnante são a
natureza-morta "O Boi Abatido" (1655; Louvre, Paris) e o cadáver na
"Anatomia do dr. Deymann (1656; Rijksmuseum, Amsterdam).
Fonte:
Enciclopédia
Mirador Internacional.(1ª parte)
Encyclopaedia
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
São Paulo,
Rio de Janeiro, vol. 13, pág. 9.769
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Portrait of an Old Man
in Red 1652-54 The Hermitage, St. Petersburg |
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Old
Rabbi 1642 Szépmûvészeti Múzeum, Budapest |
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Danaë 1636-47 The Hermitage, St. Petersburg |
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Family Group 1666-68 Herzog Anton Ulrich-Museum, Braunschweig |
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The
Artist's Son Titus c. 1657 Wallace Collection, London |
Outras informações sobre a vida
do artista e
sua obra são encontradas
no site:
Página
" Pinturas", Seção Pintores,
Rembrandt Harmenszoon van
Rijn
Mostras 2 e 3
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Créditos
Fundo
Musical:
Spring
Sonata For Violin and Piano
Ludwig van
Beethoven, *1770 +1827
,
Produção e
Formatação:
Mario
Capelluto e Ida Aranha
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